Juros altos? Saiba como o mercado imobiliário de luxo em Balneário Camboriú continua vendendo imóveis

Cenário contribuiu para uma redução no ticket médio, mas cresceu no volume de vendas de imóveis.

No atual cenário econômico brasileiro, caracterizado principalmente pela alta da Taxa Selic – principal taxa de juros no Brasil – Balneário Camboriú tem colocado holofotes em uma dinâmica pouco peculiar no mercado imobiliário. Ao contrário de outras regiões, a cidade tem apresentado um comportamento de compra diferenciado, como aquisições de imóveis de luxo e alto padrão de forma à vista ou com financiamentos diretos com construtoras.

Nas transações desse tipo de imóveis [de luxo e altíssimo padrão], a taxa Selic tem exercido pouco efeito, já que os financiamentos bancários não costumam ser a primeira opção dos compradores. Em vez disso, construtoras locais oferecem financiamentos próprios com prazos de até 120 meses.

Com reajustes inferiores à taxa de juros básica do país, esse modelo de financiamento tem permitido aos investidores maior previsibilidade e condições mais estáveis. “Essas estratégias indicam uma tentativa do setor de incentivar compras e manter o fluxo de vendas positivo, mesmo diante de uma taxa de juros elevada, que historicamente tende a esfriar o mercado”, pontua Brayann Germano, sócio proprietário da Felicità Imóveis, uma das principais imobiliárias de Balneário Camboriú e Praia Brava.

Em relação aos imóveis prontos, comprar à vista vem se tornando uma estratégia atraente e cada vez mais comum, principalmente em meio à alta da taxa de juros. De acordo com Brayann, hoje, proprietários chegam a oferecer descontos significativos, que podem variar de 15% a 25% no valor dos imóveis para pagamentos à vista. No entanto, ele ressalta que esse tipo de transação é pontual e não generalizada a todos os imóveis prontos à venda na região.

“De fato, o mercado imobiliário atual está pró-comprador, que tem tido o poder de negociação em suas mãos, por conta do cenário desafiador”, acrescenta Brayann Germano.

Só em 2024, por exemplo, cerca de 98,5% das vendas de imóveis efetivadas pela imobiliária foram em um dos dois formatos – à vista ou financiado diretamente com a construtora responsável pela obra no caso de imóveis ainda na planta.

Redução do ticket médio e aumento nas vendas

Com a atual conjuntura, um reflexo observado no mercado de Balneário Camboriú tem sido a diminuição no ticket médio dos imóveis, que caiu cerca de 40% em relação ao ano anterior. A redução se deve a uma estratégia de diversificação de portfólio adotada pelos compradores e não à perda de valor dos imóveis de alto padrão. Para Brayann, houve uma mudança no perfil de compra, com maior procura por unidades mais compactas, o que refletiu na média geral de valores negociados.

Para equilibrar a balança e igualar o Valor Geral de Vendas (VGV) ao de 2024 por exemplo, os imobiliáristas têm trabalhado intensamente para aumentar a quantidade de vendas de imóveis.

“Esse aumento sugere que os compradores estão aproveitando as condições mais acessíveis e a maior flexibilidade nos pagamentos, mesmo que isso signifique optar por imóveis de menor valor”, analisa Germano.

Ainda assim, a expectativa para o segundo semestre é de um incremento nas vendas. Segundo o especialista da Felicità Imóveis, historicamente, o mercado imobiliário de Balneário Camboriú é impulsionado pelo dinamismo dos últimos seis meses do ano, especialmente devido ao turismo e à busca por propriedades de veraneio, intensificando o interesse por aquisições adicionais. “Com o mercado se ajustando, o volume de vendas neste segundo semestre deve superar o registrado no primeiro”, aponta.

Muito além dos benefícios

Além das condições financeiras atrativas, a região tem oferecido cada vez mais um ambiente singular que justifica investimentos no mercado imobiliário local. Para se ter uma ideia, a cidade, conhecida por proporcionar infraestrutura moderna, segurança, e qualidade de vida, tem garantido, nos últimos anos, o título de “Dubai brasileira”.

“A cidade tem uma sinergia muito forte entre os poderes público e privado, o que resulta em re-investimentos em diversas melhorias urbanas que aumentam sua atratividade, como a criação de um parque linear ao longo dos 7 km da orla e a revitalização da Avenida Brasil, com a infraestrutura elétrica subterrânea. Essas iniciativas ajudam a ilustrar o discurso de uma cidade moderna. E tudo isso reflete em um desejo maior e constante tanto por investidores quanto por novos moradores”, conclui Brayann Germano.

Hamilton Zambiancki
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By Aracaju Agora