A venda de carros usados no Brasil atingiu um marco histórico em 2024: foram 15.777.594 veículos seminovos e usados comercializados, o que representa um crescimento de 9,2% em relação ao ano anterior. Os dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) confirmam uma tendência de valorização dos veículos de segunda mão, impulsionada por fatores econômicos e comportamentais.
Esse aumento tem relação direta com o encarecimento dos modelos novos. Em 2024, o preço médio de um carro zero-quilômetro superou os R$ 150 mil, tornando o sonho da garagem renovada ainda mais distante para boa parte da população. Some-se a isso as altas taxas de juros — a Selic fechou o ano em 12,25% — e o resultado é uma demanda crescente por veículos mais acessíveis, como os usados e seminovos.
Outro dado que chama atenção é o perfil etário dos veículos negociados. Os modelos com 13 anos ou mais foram os mais vendidos no período, somando impressionantes 5.721.760 unidades. Já os veículos com 4 a 8 anos totalizaram 3.982.867 vendas, seguidos pelos com 9 a 12 anos (3.531.095 unidades). Até mesmo os seminovos, com até 3 anos de uso, registraram 2.541.872 unidades vendidas, mostrando que a busca por economia não compromete necessariamente a atualização da frota.
No ranking dos modelos mais procurados, nomes já conhecidos do consumidor lideram: o Volkswagen Gol segue firme na dianteira com 758.736 unidades vendidas, seguido pelo Fiat Uno (412.128), Fiat Palio (401.125), Chevrolet Onix (374.427) e Hyundai HB20 (364.619).
De um mercado arriscado a uma experiência de compra profissionalizada
Durante muitos anos, comprar um carro usado no Brasil foi sinônimo de desconfiança. O processo envolvia visitas a concessionárias ou negociações com particulares, geralmente sem a garantia de um histórico completo do veículo. A análise se resumia ao visual e, quando possível, a uma rápida inspeção mecânica. Situações como descobrir um veículo com passagem por leilão, envolvido em sinistros graves, ou com dívidas escondidas no Detran eram comuns.
Hoje, esse cenário mudou radicalmente. O crescimento das vendas de usados coincide com a profissionalização do setor e o acesso facilitado a informações indispensáveis para uma compra segura. Ferramentas como a Motor Consulta permitem que o consumidor descubra, em poucos minutos, todo o histórico veicular por meio da placa, do número do chassi ou do motor. Esses relatórios detalhados incluem:
- Débitos em aberto: multas do Detran, IPVA, licenciamento, DPVAT e até dívidas ativas em esferas estaduais ou federais.
- Histórico judicial e administrativo: bloqueios no Renajud, restrições tributárias, pendências judiciais e outros impedimentos.
- Passagens por leilão: com datas, leiloeiro, condições do veículo e eventuais anotações sobre mecânica e estética.
- Ocorrências policiais: histórico de roubo ou furto, com boletim de ocorrência e detalhamento da recuperação (ou não) do veículo.
- Sinistros: batidas, alagamentos, incêndios ou qualquer outro prejuízo material relevante.
- Proprietários anteriores: identificação completa dos donos anteriores, com nome, CPF e data de transferência.
- Dados técnicos: procedência, tipo de combustível, cor original, ano de fabricação, modelo, categoria e muito mais.
Essa mudança no acesso à informação tem impactado diretamente a confiança dos consumidores. Segundo pesquisa interna da Fenauto, 67% dos compradores de usados afirmam que só fechariam negócio mediante consulta prévia do histórico do veículo — um número que tende a crescer com a popularização das plataformas digitais.
O papel da tecnologia na virada de percepção
Além da informação acessível, outros elementos tecnológicos têm contribuído para a virada do mercado de usados. A digitalização das revendas, os sistemas de financiamento automatizados, a integração com cartórios e o aumento da oferta de garantias estendidas criaram um ambiente mais seguro, tanto para o comprador quanto para o vendedor.
A facilidade em encontrar e comparar veículos pela internet, aliada à possibilidade de consultar históricos completos antes mesmo da primeira visita presencial, transformou a jornada de compra. Plataformas como a Motor Consulta ajudam a evitar fraudes, precificar corretamente os veículos, entender sua depreciação real e tomar decisões mais informadas.
Carro usado hoje é sinônimo de estratégia
Se antes a compra de um usado era muitas vezes uma solução emergencial, hoje ela é parte de um planejamento financeiro inteligente. Em vez de assumir dívidas longas e pesadas por um zero-quilômetro, muitos brasileiros têm optado por modelos mais antigos, porém com procedência verificada, bom estado e valor de revenda garantido.
Esse novo comportamento, mais racional e bem-informado, tende a manter o mercado aquecido nos próximos anos. E com ferramentas cada vez mais robustas para escanear o passado dos veículos, o risco é cada vez menor.
Comprar um usado deixou de ser um salto no escuro. Agora, com um clique, é possível enxergar o que antes ficava escondido — e isso muda tudo.
Nathália Pandeló 24999339680 [email protected]
